quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Jardins verticais e de telhado

Caramulo, muro rústico: não tardará
a cobrir-se de plantas espontâneas, muitas
delas semeadas pelas aves que ali pousam.


Quando se deu por ela, já o crescimento das cidades estava descontrolado.

Desbravados bosques para construir a urbe, todos evitaram dar lugar obrigatório às plantas que antes ali estavam, numa teia articulada e interdependente de vida.

Agora são mais as casas em que vivemos que suprimiram o espaço de um quintal do que as que ainda mantêm o seu. Para quem sabe que a presença das plantas e da natureza fazem parte do bem-estar humano, isto é um sarilho monumental.

Já muita gente percebeu isso, sobretudo fora deste país. Na falta de espaços à porta de casa, lembraram-se de usar o tecto do edifício, isolando-o, para plantarem ali um jardim.

Boa malha, diria o meu amigo Maravalhas. O mesmo digo eu. Refrigera, absorve dióxido de carbono e poluição, retém água da chuva e abre uma mão-cheia de oportunidades para que a diversidade biológica ali assente arraiais. Acha pouco? Deixe-se disso...

Ponha-se no papel de uma ave ou de uma borboleta em migração. No limite, qualquer lugar de repouso e de alimento, se possível, vale ouro vivo.

Mas as soluções não soçobraram aqui. Comecei a ouvir falar na televisão, em programas de natureza, obviamente, dos jardins verticais.

Imagine o que é uma parede no meio da cidade desenhada a cores com plantas de escasso porte, variadas. Todas as vantagens, inclusive, e muito, as estéticas, dos jardins de telhado assentam aqui como uma luva.

Se a estas paredes juntarmos uma caixa-ninho para aves cavernícolas, como alguns chapins, teremos algo mais do que carriças na Primavera a zelarem pela riqueza e equilíbrio do seu meio ambiente.

Claro que se as plantas não forem basicamente autóctones - madressilvas, roseiras-bravas, fetos, ervilheiras (será que esta é autóctone?), etc. - os nossos invertebrados não conseguirão ficar por ali. É quase um deserto vegetal.

Agora, se virmos bem, temos de reconhecer que foram as plantas quem nos ensinou o caminho. Já viu bem algum daqueles muros rústicos, pedra sobre pedra, permeados de plantas espontâneas que encontramos nas aldeias ainda por estragar com cimento e tijolo?


Por exemplo, http://www.greenpacks.org/2008/03/17/green-vertical-garden-wall-in-madrid/

Sem comentários:

Enviar um comentário