quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quando os golfinhos passam perto

Emergem da água sem anúncio.
Primeiro é a expectativa criada pelos saltos de há pouco.
Ora se aproximam, ora se distanciam. Mas aquela curva de corpos que renunciaram à terra e ao padrão visual dos mamíferos une-os e faz deles uma maravilha.

Depois são amistosos. Mas que ninguém se engane: são animais selvagens.
De alguma forma há histórias recentes e antigas segundo as quais os golfinhos adoptam complexos comportamentos de protecção a humanos, em pleno mar, quando estão a ser sondados por tubarões de grande porte.
Os cetáceos fazem uma leitura de grei e adoptam estes mamíferos tão estranhos que para eles devem ser os seres humanos.

Dotados de ultra-sons e de sentidos que nos escapam, houve tempo em que andaram no rio Douro, como conta a minha mãe de 79 anos feitos, quando desfiava memórias de criança.
Hoje, há os que andam no estuário do rio Sado, e guardá-los-ei sempre na memória, há uma quinzena de anos, numa altura em que atravessei para Tróia de ferry-boat. A eles, os golfinhos, e à nuvem de alforrecas que nadavam na corrente, numerosas, diáfanas, no céu da água fendido pelo casco.


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