Bem, acho que a primeira que me apercebi da teia que ela teceu no retrovisor do carro foi em Julho, quando fui de férias.
Achei que alguns quilómetros de auto-estrada lhe imporiam fazer as malas.
Quando regressei, verifico que a teia estava reconstruída.
Vamos em meados de Setembro e a odisseia continua. Terei feito com esta viajante clandestina quantos quilómetros? Três mil? Talvez.
É certo que já choveu um dia, e mais certo ainda que não levei o carro ao banho.
Será preta, castanha, amarela às riscas? Não faço ideia. Só vejo por vezes a teia destruída pelo vento, no dia seguinte refeita, como nova.
Se puxar pela memória, o carro anterior também chegou a ter musgo na borracha de encaixe do vidro. Não me repugnava, achava engraçado.
Como não percebo nada de aracnídeos, pergunto-me se deixará descendência detrás do espelho. Que há-de morrer este Outono parece-me certo, se for esse o ciclo de vida. Até lá, com alma de navegante, lá anda ela para trás e para frente, ao sol, ao luar e à chuva, como se o carro tivesse sido feito para ela, e o espelho retrovisor para nada mais servisse do que para lhe servir de lar...
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Quando os morcegos...
Bem, eles não são propriamente ratos com asas.
Mas são um exemplo impressionante das voltas que as espécies dão quando querem conquistar a atmosfera ou os oceanos, neste caso como os golfinhos e cetáceos em geral.
Não só transformam os membros - os morcegos fazem das mãos asas, os cetáceos barbatanas - como se lançam à conquista de novos sentidos, tais como o domínio dos ultra-sons.
Trrrrrrr-trrrrr-trrr-tr-r-r-r-r-r... pimba!
Lá foi a borboleta nocturna, mas nem sempre.
O som dos aparelhos detectores de ultra-sons denuncia a sua presença, e o seu espectro aponta espécies diferentes quase sempre. Fielmente.
Mas tudo isto é dinâmico. Nada está acabado. Os morcegos seguem a especializar-se, a esgrimir a evolução dos seus talentos, mas as presas também não ficam a dormir: algumas borboletas da família dos piralídeos, por exemplo, pressentem a aproximação dos predadores e, na iminência da fatalidade, deixam-se cair, livremente, e frequentemente escapam, uma técnica talvez mais recente do que a do voo irregular, amalucado, que muitas borboletas diurnas também recolhem para escaparem dos sucedâneos solarengos, de outro grupo: as aves, no caso as andorinhas, por exemplo.
No Outono, os morcegos têm de engordar. A hibernação não é um luxo, é uma necessidade, já que não há alimento no Inverno.
É deixá-los comer e depois deixá-los dormir. Temos ainda muito para aprender também com eles...
Mas são um exemplo impressionante das voltas que as espécies dão quando querem conquistar a atmosfera ou os oceanos, neste caso como os golfinhos e cetáceos em geral.
Não só transformam os membros - os morcegos fazem das mãos asas, os cetáceos barbatanas - como se lançam à conquista de novos sentidos, tais como o domínio dos ultra-sons.
Trrrrrrr-trrrrr-trrr-tr-r-r-r-r-r... pimba!
Lá foi a borboleta nocturna, mas nem sempre.
O som dos aparelhos detectores de ultra-sons denuncia a sua presença, e o seu espectro aponta espécies diferentes quase sempre. Fielmente.
Mas tudo isto é dinâmico. Nada está acabado. Os morcegos seguem a especializar-se, a esgrimir a evolução dos seus talentos, mas as presas também não ficam a dormir: algumas borboletas da família dos piralídeos, por exemplo, pressentem a aproximação dos predadores e, na iminência da fatalidade, deixam-se cair, livremente, e frequentemente escapam, uma técnica talvez mais recente do que a do voo irregular, amalucado, que muitas borboletas diurnas também recolhem para escaparem dos sucedâneos solarengos, de outro grupo: as aves, no caso as andorinhas, por exemplo.
No Outono, os morcegos têm de engordar. A hibernação não é um luxo, é uma necessidade, já que não há alimento no Inverno.
É deixá-los comer e depois deixá-los dormir. Temos ainda muito para aprender também com eles...
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Adoptar o troço de um rio ou de uma ribeira
Rio Alva
Com início em Espanha, há uma década, consiste na possibilidade de um cidadão qualquer «adoptar» o troço de rio ou ribeira que deve visitar periodicamente ao longo dos mesmos 500 metros. Para auxiliar a tarefa é fornecido um kit didáctico. Depois há que fazer registos.
Se bem entendemos, há alguns rios com alguns dos seus troços adoptados, como o Maçãs, o rio Sabor, o rio Anços e o rio Minho.
Ou seja, «pela metodologia que utiliza, pretende promover a curiosidade científica e implementar o método científico experimental, através da recolha e registo de informações e dados geográficos, físico-químicos, biológicos, eventos históricos, sociais e etnográficos, contribuindo assim para a melhoria do espaço estudado e da qualidade fluvial global».
Numa acção da Ciência Viva no Verão, no Nordeste, nas margens do rio Azibo, o projecto Rios é apresentado sucintamente.
Com início em Espanha, há uma década, consiste na possibilidade de um cidadão qualquer «adoptar» o troço de rio ou ribeira que deve visitar periodicamente ao longo dos mesmos 500 metros. Para auxiliar a tarefa é fornecido um kit didáctico. Depois há que fazer registos.
Se bem entendemos, há alguns rios com alguns dos seus troços adoptados, como o Maçãs, o rio Sabor, o rio Anços e o rio Minho.
Oficialmente, «o Projecto Rios é um projecto que visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objectivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribui para a implementação da Carta da Terra e da Directiva Quadro da Água.»
Ou seja, «pela metodologia que utiliza, pretende promover a curiosidade científica e implementar o método científico experimental, através da recolha e registo de informações e dados geográficos, físico-químicos, biológicos, eventos históricos, sociais e etnográficos, contribuindo assim para a melhoria do espaço estudado e da qualidade fluvial global».
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