sábado, 15 de maio de 2010

Em quinze dias



Eurranthis plummistaria (de Villers, 1789), macho


Há 15 dias, sem contar, vi de manhã muitos indivíduos deste geometrídeo, do grupo das borboletas nocturnas com actividade diurna. Machos, muitos, pelo menos uma fêmea. Tropeçava literalmente neles. Apenas uma Vanessa cardui andava ao vento frio, numa tímida aberta de sol.

Hoje passei com mais tempo nos mesmos sítios, vi só uma a fugir do caminho ante o vento gélido que requer casaco de Inverno por cima da camisola, a mil metros de altitude na serra da Freita.

Será que vem outra geração dentro de dois meses? Ou o metabolismo deste insecto arisco, que não me pousa na mão, arrastará mais um ano, para o próximo Abril, a sua eclosão?

A flor amarela da carqueja domina, mas os sanguinhos-de-água apenas mostram a folha verde. A 40 metros de altitude, não longe do mar, já tiveram folha, flor e até já vi bagas vermelhas esta semana, enquanto a primeira cabra-loura, Lucanus cervus, macho, marcava o ritmo certo num ano atrasado no famoso carvalho-maravilha.

A paisagem é bonita, as Silene acutifolia têm uma cor carmim intensa, ainda há Crocus pelo caminho e as centáureas silvestres estão a aparecer. Mas sem o bater de asa destes insectos que imitam as flores, qualquer montanha fica mais pequena e o horizonte mais acanhado.

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