terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Será que me enganei no calendário?




«Será que me enganei no calendário?».
Esta pergunta poderia estar a ser feita pela borboleta que hoje vi, quando fugia do caminho inundado de sol, à hora de almoço.

A brisa fria não foi generosa ao saudar a eclosão deste animal do Norte, sem passar do Centro, de asas recortadas, poligonais, castanhas que, quando fecha, deixa ver um C branco, numa posição tão estranha que parece ter escorregado numa casca de banana.

É a minha primeira Polygonia do ano! Não fiz foto, ia atrapalhá-la. Castanho-veludo carregado, como é típico da 1.ª geração do ano, desliza no ar em jeito de Ninfalídeo, voo seguro, batida auto-confiante, como se houvesse trilhos bem desenhados no ar que os meus olhos não vislumbram.

A semana passada, a meio, vi um macho de borboleta-limão, Gonepterix rhamni, pela mesma hora, em voo. Esta hiberna como insecto adulto, não será como a Polygonia.

Feito o registo, eu, por cá, fico com aquele bater de asa enregelado, que não perturbei mais, desta lagarta, filha do sol transformada em borboleta, que ao voar parece agitar as constelações escondidas, de cócoras, por trás do azul do céu.

Sem comentários:

Enviar um comentário