Pelo que vi nas notícias, é por esta altura que esse bicho transparente começa a aparecer à molhada junto às praias.
É proibido pescá-los. Mas como a iguaria em Espanha se vende em negócio chorudo... bem, está-se a ver.
Mesmo que a crise não andasse aí a castigar, a transgressão ia rolar na mesma.
Faz sentido a interdição: se estes juvenis de enguia forem dizimados, a capacidade reprodutiva da espécie tremelica.
No puzzle da vida, com maior ou menor intensidade, a ausência de mais esta peça retiraria de certeza recursos à sobrevivência da humanidade.
Depois, este animal tem um ciclo de vida espectacular. Nascem no mar dos Sargaços, não longe da Florida, em pleno oceano Atlântico.
Vai daí, vão crescendo e chegam às praias, procuram os estuários. São transparentes até aqui. À medida que sobem os rios, dando à barbatana agora em água doce (sem açúcar!), vão escurecendo.
A mudança de cor terá a ver com o lodo escuro que atapeta a fase final dos rios e ribeiros? Provavelmente. Mimetismo em acção.
Vão crescendo e vão subindo os rios. Instalam-se, quiçá num açude, discretas as enguias. Crescem durante meia dúzia de anos, até que sentem um clic.
Aí, descem os rios e procuram de novo o mar dos Sargaços, onde, numa orgia santa, se reproduzem e morrem, deixando as fêmeas uma postura para outra geração...
Hoje encontrei uma reportagem a respeito disto no site da RTP...
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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