quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sem ninguém as perceber

Cinzentinha, Leptotes piritohus


Andar pelas ruas do Porto em meados de Outubro tem destas coisas: uma a uma, vão-se vendo as pequenas borboletas migradoras à procura de brisa mais tépida.

Não é que esteja frio. Mas lá mais para norte, as noites devem andar mais frescotas e as cinzentinhas, Leptotes pirithous,da família dos Licenídeos, devem ressentir-se. Por isso hoje elas andavam uma a uma pela cidade, denunciadas pelos raios de sol, tantas vezes passando à frente do nariz de pessoas preocupadas com outras crises... que não as destes insectos.

Entre a minoria de borboletas capazes de enfrentar o nosso Inverno, esta não costuma ir lá das pernas, o que não acontece por exemplo com a almirante-vermelho, Vanessa atalanta, que hoje também vi, num exíguo canteiro florido à sombra, na Rua Gonçalo Cristóvão, no Porto.

Entre estas borboletas migradoras contam-se as borboletas brancas das couves. Não vi nenhuma em 20 minutos de passeio multiplicados por quatro entre as Antas e rua antes referida. Não acredito que faltem tantas hortas nos quintais ocultos por onde passei, ou outras plantas silvestres, da família das crucíferas. Mas não vi.

Amanhã não repito as caminhadas, nem para a semana. Por isso, lá andarão as migradoras mais invisíveis do que nunca, num bater de asa à procura de melhores dias.

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